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20 de Abril de 2024
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    Conferencista Maude Barlow defende pacto pela preservação do Aquífero Guarani

    “Uma nova cultura da água” foi o tema da conferência proferida pela especialista internacional Maude Barlow, do Canadá, nesta quarta-feira (9), durante o I Congresso Internacional “O futuro da água no Mercosul”, realizado no Auditório Antonieta de Barros da Assembleia Legislativa. A conferencista sugeriu que os governos do Mercosul façam um pacto pela preservação do Aquífero Guarani e da Bacia do Prata, as duas maiores reservas de água do sul do continente. Em formato de mesa redonda, a discussão foi mediada pelos professores Maria de Fátima Wokmer (Universidade de Caxias do Sul) e Luiz Fernando Scheibe (Universidade Federal de Santa Catarina).

    Autora do livro “Água, o ouro azul”, a conferencista afirma que “a água é para este século o que o petróleo foi para o século passado, pois o mundo está ficando sem água”. Na visão dela, o Brasil está instalado em uma vasta reserva de água, em um mundo muito sedento. “Vocês estão em cima de um tesouro porque possuem um imenso recurso que está faltando no mundo, que são as reservas da Bacia do Prata e do Aquífero Guarani. Este é um tesouro que deve ser protegido.”

    Na sua opinião, os governos do Mercosul têm responsabilidade plena e compartilhada na preservação do Aquífero Guarani, mas há falta de financiamento, há leis que estão sendo violadas e visões incompatíveis com a preservação desse recurso. “O maior desafio e a maior ameaça que os países do Mercosul têm a enfrentar é fazer um pacto pela proteção do Aquífero Guarani e da Bacia do Prata”. Ela sugeriu que o pacto seja baseado em três princípios: a água como patrimônio comum, como direito humano e como patrimônio protegido.

    Barlow também alertou para o mito da abundância. “Como vivemos em regiões que possuem muita água, achamos que ela não vai acabar.” Citando um estudo, afirmou que, com a exploração atual, os grandes lagos norteamericanos podem secar em 80 anos. “Se os grandes lagos podem secar, o Aquífero Guarani também pode.” Problemas como a extração de madeira das florestas, salinização e diferentes tipos de poluição foram pontuados por ela, que afirma não existir um aquífero seguro quando a água de superfície está sendo poluída.

    Outro risco apontado pela pesquisadora para a manutenção das duas principais reservas de água do Mercosul é o avanço dos biocombustíveis. O crescimento da indústria provocará aumento do uso de água necessária para produção de biocombustíveis, que utilizam imensas quantidades de água. São necessários em média 16 litros de água para produzir um litro de etanol. “A produção de biocombustíveis polui e destrói as florestas tropicais, que são responsáveis pela manutenção do ciclo hidrológico.” Outro aspecto frisado por Barlow é o fato de que as grandes corporações, que já têm acesso preferencial à água, estão entrando no Brasil para controlar os biocombustíveis. (Lisandrea Costa)

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