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23 de Abril de 2024
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    Instalação de fosfateira em Anitápolis gera polêmica

    Na terceira audiência pública para discutir a possível instalação da Indústria de Fosfatados Catarinense (IFC) em Anitápolis, Sul do estado, a comunidade da região se posicionou contrariamente ao projeto e mostrou grande preocupação. A audiência aconteceu na noite de quinta-feira (15), no município de Laguna, e foi promovida pela Comissão de Turismo e Meio Ambiente, da Assembleia Legislativa. De acordo com ambientalistas, pescadores, agricultores e população em geral, o projeto original apresenta falhas que poderão gerar uma série de impactos socioeconômicos e ambientais.

    Este foi o motivo para o encontro ter ocorrido em Laguna, município localizado na parte baixa da Bacia do Rio Braço do Norte, junto ao complexo lagunar, que poderá ser atingido pela atividade de mineração. Para o presidente da comissão, deputado Dirceu Dresch (PT), o Legislativo está cumprindo seu papel ao oportunizar um amplo debate a fim de prevenir injustiças e problemas futuros. “Nossa intenção não é atrapalhar o empreendimento, mas avaliar se ele é viável dentro da legalidade, principalmente do ponto de vista ambiental”, mencionou.

    Na condição de requerente da audiência, o deputado Décio Góes (PT) explicou que a sequência de encontros visa esclarecer, em especial para os 21 municípios pertencentes à região, as intenções da fosfateira e possíveis impactos. “Precisamos estudar o projeto e encontrar uma solução. Sabemos da importância desse minério para o enriquecimento do solo, mas nosso estado poderia contribuir muito com o Brasil a partir do adubo orgânico, de dejetos de suínos e aves, que temos em abundância e não é aproveitado”, frisou.

    Segundo Eduardo Bastos, advogado da ONG Montanha Viva, a reserva de fosfato de Anitápolis desperta interesse de empresas desde 1976, porém, para que a exploração ocorra, será necessária a construção de uma barragem no Rio Pinheiros, gerando uma série de consequências, entre elas supressão de 1,8 hectares de mata, o risco permanente de rompimento de uma barragem, além de comprometer os 21 municípios da bacia hidrográfica de Tubarão. “Temos que aproveitar o momento para debater e apresentar as falhas existentes no projeto, tendo em vista que a licença concedida à indústria está suspensa desde setembro de 2009”, lembrou.

    Ao se manifestar, o prefeito de Laguna, Célio Antonio (PT), revelou que a falta de detalhes do projeto é um dos principais aspectos que vêm causando preocupação para autoridades e população. “Não podemos correr o risco de comprometer a bacia de Laguna, que cultiva a tradição da pesca e o zelo pelo meio ambiente.”

    Durante o debate, um abaixo-assinado foi entregue ao Poder Legislativo pelo Padre Aluisio Rheieemann Jocken, da Paróquia Santo Antonio dos Anjos, com aproximadamente 4 mil assinaturas contra a instalação da fosfateira. “Temos certeza de que o empreendimento vai ser prejudicial à sociedade. Da forma como está sendo apresentado, não é viável. Precisamos de mais estudos sobre a estrutura da obra e os aspectos ambientais”, cobrou.

    Também participou da audiência pública o deputado Kennedy Nunes (PP). (Tatiani Magalhães/Divulgação Alesc)

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