Dos Gabinetes - Aguiar valoriza Semana do Contestado no parlamento catarinense
O aniversário do acordo que selou o final do conflito do Contestado, há 98 anos, foi motivo de pronunciamento do deputado Antônio Aguiar (PMDB), durante a sessão da Assembleia Legislativa desta quarta-feira (20). Ele fez referência a projetos de sua autoria que tornaram-se leis, em 2001 e 2002, ainda em seu primeiro mandato como representante do Planalto Norte no parlamento estadual. O primeiro reconheceu a bandeira do Contestado, cruz verde em fundo branco como símbolo regional. O outro estabelece o período de 20 a 27 de outubro como Semana do Contestado: A Lei nº 16.881 tem por objetivo marcar um período anual para que se reverencie o episódio, provocando debates e conferências na rede escolar pública e particular, bem como comemorações cívicas e históricas, explicou Aguiar.
O líder do PMDB disse que o conflito, que se estendeu de 1912 a 1916, em área aproximada de 30 mil quilômetros quadrados disputada pelos estados de Santa Catarina e Paraná, marcou a luta pela posse da terra de aproximadamente 40 mil sertanejos. Por muito tempo, mesmo em minha região de origem, o Contestado era um episódio guardado no armário, e para alguns tinha apenas o viés do confronto religioso, do messianismo ligado aos monges que marcaram passagem na região. Décadas após, o Contestado foi revisto e valorizado como uma justa revolta popular contra governos estaduais que promoviam a concentração da terra nas mãos de poucos, e com o governo federal, que concedeu uma extensa área já habitada a uma empresa norte-americana responsável pela construção da estrada de ferro São Paulo - Rio Grande, ponderou o parlamentar.
O conflito teve o componente religioso, pois os chamados caboclos buscavam esperança e salvação, acreditando na ressurreição e na instauração de um reinado de paz, justiça e fraternidade. A "Guerra do Contestado ficou conhecida como o episódio que terminou em massacre e a rendição em massa dos sertanejos que, embora tivessem se empolgado com as primeiras vitórias, não puderam resistir à superioridade bélica das forças repressivas. Mas rendeu o acordo sobre a questão dos limites entre Santa Catarina e Paraná. A região passou a viver uma nova realidade sócio-econômica e cultural. O desenvolvimento, que acontece a passos largos, preserva, contudo, o espírito inconformista e empreendedor do homem do Contestado, que venceu as adversidades de uma região inóspita e conflitante na luta por sua sobrevivência e na busca de seus direitos, reforça Aguiar.
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Evory Pedro Schmitt - JP 00269/SC
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